quarta-feira, 4 de março de 2015

O elogio de Gary Hartstein à decisão de Fernando Alonso

É óbvio que acerca dos eventos do teste de há semana e meia em Barcelona, e da decisão de Fernando Alonso de não correr em Melbourne tem elementos de suspeita, do qual falei abertamente ontem. Mas hoje andei a ler o post que o dr. Gary Hartstein sobre este assunto, e a opinião de médico neurologista é bem mais interessante do que cuspir no ar e pensar em suposições. Contudo, o facto de falar deste lado não invalida o outro: como disse ontem, não foi o (alegado) choque elétrico que causou a contusão. Foi o impacto do carro no muro que resultou nessa batida com a cabeça.

Sem ele falar do choque, elogiou a atitude que foi tomada ao não deixar o piloto espanhol correr em Melbourne. ele afirmou que foi "uma vitória para a Formula 1" e que a decisão de não guiar na Austrália "foi uma prova de inteligência, maturidade e compreensão". É que uma boa razão para tal coisa têm a ver com o SSI, ou seja "Sindroma do Segundo Impacto". Os médicos afirmam que os pilotos não devem ir imediatamente correr após um impacto destes - pelo menos, menos de um mês após esse trauma - pois podem correr o risco de um segundo trauma, e esse poderá ser bem mais devastador.

E isto fez-me lembrar uma matéria do ano passado na "Road & Track" sobre as contusões no automobilismo, nomeadamente na NASCAR, e sobre uma doença chamada ETC, ou Encefalopatia Traumática Crónica, que aparece em força nos jogadores de futebol americano mais tarde nas suas carreiras, e que leva a demência e uma morte prematura, e que já existe entre os veteranos do automobilismo. Caso não tenham lido na altura, coloco aqui a matéria dividida em duas partes.

A conclusão a que Hartstein chega é que Alonso estará bem o suficiente para correr em Sepang, a 24 de março, isto se não surgirem complicações. E aí, ele acha que poderá haver algo mais do que aquilo que a McLaren anda a dizer. Mas nesse campo, é Woking que têm de dizer realmente o que se passou. E quanto a nós, é acalmarmos e deixarmos que os especialistas resolvam o assunto e não ir buscar "teorias da conspiração". O mundo é mesmo assim: complexo e confuso. 

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